Medieval - Parte 1

Um grande reino dividido em quatro áreas por um rio.
A mais rica, aonde tinha muros ao redor, o castelo, e casas lindas, de gente rycah.
A segunda área, de gente não-tão rica, aonde tinha comércio e os plebeus. Era a área urbana comum.
A terceira, a mais pobre populada oficialmente, aonde eram plantações, comida, escravos, etc. As produções básicas do reino vinham dali.
A quarta, a floresta. Tinha que se ter muita coragem para ir lá, se você não fosse morador de lá.

~ Senhor... devíamos voltar... está fincado tarde, seu pai deve estar preocupado com o senhor...
Dizia Russel olhando em volta, não gostava daquele lugar.
Russel é um rapaz alto, de cabelos castanhos, olhos azuis claro, e com uma barba mal feita. Russel trabalha para a família real a um bom tempo, como seu serviçal.
- Não pedi sua opinião.
Respondeu Miguel.
Miguel é um rapaz loiro, de olhos acinzentados, tem uma tatuagem em baixo de um dos olhos, e tem uma densa barba que contorna seu rosto.
Miguel é membro da família real, um príncipe. O rapaz é considerado a ovelha negra da família, dizem até que somente seu irmão deveria ter nascido.
~ Não sei por que lhe ajudei nisso...
Se encolheu.
- Porque eu te pago.

Tailor observava os dois, de longe.
Era um homem alto, cabelos castanho-avermelhados escuros e olhos azuis. Usava uma roupa um tanto diferente, uma base de um tecido marrom e barato com detalhes por cima de um tecido preto, que descia até metade da perna, como uma capa, além de algumas áreas serem cobertas por couro e metal, era uma armadura simples mas bonita. O que chamava mais a atenção era a bandana no rosto, que cobria suas orelhas e nariz para baixo. Era preta com um sorriso um pouco "rasgado" de várias cores, arco-íris.
Ele ia esperar até de manhã para trocar algumas coisas que conseguiu pela floresta, mas viu no príncipe e seu serviçal uma ótima oportunidade de conseguir uma boa grana.
Ele se aproximava por entre esquinas e até por cima de casas, para não ser notado pela dupla.

~ Tenho uma leve sensação que isto não vai acabar bem... se seu pai descobre que eu...
O príncipe rosnou e o interrompeu.
- Eu devia ter trazido outro, meu deus!
Se encolheu mais.
~ Desculpe alteza.

Sorriu um pouco, por trás da bandana.
-Espero eu não estar atrapalhando vocês.
Saiu de cima de uma casa. Estava atrás deles, mas a alguns bons metros.
Tirou das costas sua foice.

Viraram-se para ele.
Russel logo ergueu os braços.
O príncipe revirou os olhos.
- Eu não tenho tempo pra isso.

Levantou a mão livre, e o príncipe foi levantado no ar, com a sensação que algo o pegava pelo pescoço.
-Não tem? ..Então acho que teremos que marcar um horário.
Sua voz era calma, e um pouco rouca. Ela raramente se alterava.
O jogou no chão, mais perto de si. Só deu um passo para frente e então o segurou pela roupa.
-Que tal, agora?

Grunhiu.
Russel olhava assustado. Mas Miguel mantinha o mesmo temperamento.
O rapaz pegou um pedrinha do chão e jogou em Tailor.
Miguel levou a mão ao rosto. *Facepalm*
- Ignore...
Suspirou.
- Diga logo o que quer.

Tailor a pegou no ar, com ajuda do poder.
-O que você tiver de valor, realeza.
Mesmo tom, mas zombando.
Jogou a pedra fora.

Mexeu os bolsos e o entregou moedas de ouro.
- Eu posso lhe conseguir mais disso.
Sorriu
~ Senhor?...

Pegou. Ele ia querer muito mais que aquilo, mas achou interessante a proposta.
-Diga.
Se apoiou na foice.
-Gosto de propostas.
Tinha mais coisas que podia pegar dele. As roupas, jóias pelo corpo, também apostava que iam pagar bem pelo colar. Mas Tailor estava curioso.

- Me arrume um lugar para me esconder e me esconda dos guardas de meu pai. E eu posso lhe pagar isso por dia.
~ Alteza...
Russel não gostava nada daquilo.

-Por dia, é?
Se aproximou.
-Com quê dinheiro, afinal? Seu papai não vai te dar um centavo pra isso, haha.
-..Ou é capaz de dar, se não me engano você é a ovelha negra. Quanto mais longe você está, mais felizes ficam.
A ultima frase foi cochichada, saindo abafada.
Deixou a cauda a amostra, e se movia devagar de um lado ao outro, um pouco camuflada na capa que também era negra.

- Eu dou meu jeitinho.
Sorria.
Russel observou cauda e estremeceu
~ Senhor... de as coisas a ele e vamos embora, por favor.

Pensou um pouco.
-A oferta é interessante.
O jogou no chão, e o manteve alí com a ponta seca da foice.
-Mas eu prefiro lucro imediato. Tem bastante coisa aí que você não deu, e que valem mais que essa esmola.
-Quero sua roupa, e o resto das jóias. Me agradeça depois por sair daqui com essa pele de bebê intocada.

Rosnou.
- Vai se arrepender.
~ Senhor ele está nos deixando sair vivos, já está ótimo... não? O senhor tem mais disso, não vai fazer diferença, entregue e deixe ele ir embora. Uh...
Tentava se manter calmo.

Risada abafada.
-Vou me arrepender. Haha.
Deu-lhe um chute.
-Ande logo, eu não tenho a noite toda.

Grunhiu e se despiu.

Tirou a pequena mochila das costas, e pegou as roupas.
-Jóias, agora?
Movia a cauda. Já tinha dado um olhada em Russel, ele não carregava nada de interessante.

Retirou o colar do pescoço, os brincos de uma das orelhas e o entregou.
- Satisfeito? Ou quer minha roupa intima também?
Parecia irritadinho, ou seja, normal.

Olhou o colar, e jogou de volta pra ele.
-Obrigado pelo seu tempo, vossa majestade.
Falava irônico, colocando as coisas em sua mochila e dando meia volta para ir embora.

Russel foi rapidamente até ele e o cobriu com seu casaco. O rapaz botou o colar no pescoço.
~ Eu avisei, não avisei? Agora nós vamos para casa, certo senhor?..
- Não, eu não passei aquele trabalho todo para sair por nada.
~ Mas o senhor está sem roupas e dinheiro!

Tailor logo estava longe, entrando na floresta.

- Eu me viro.
Logo começou a andar.
~ Que deus me ajude.
Suspirou e o seguiu.